quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Capítulo I – Síntese da história de Morada Nova



A família Moradanovense.

Pascoal Correia foi seguramente o primeiro personagem importante da história de Morada Nova, vez que foi um dos capitães do regimento do Coronel João Barros, que perseguiu os Tapuias fugitivos do Rio Grande do Norte, deslocando-se em direção a nossa região, onde estabeleceu-se, conforme deixou bem claro o escritor conterrâneo, Dr. Geraldo da Silva Nobre.
Pascoal nasceu em Portugal, no ano de 1686, descedente de Nicolau Correia e de Cutódia Rabelo; veio para o Brasil na companhia de seu irmão Vitoriano Correa Vieria e outros; fez parte do grupo de sertanistas, que desencandeou lutas contra os índios Tapuias, subindo pelo Banabuiú, chegou a explorar terras às margens dos rios Sitiá e Tapuará, ambos pertencentes atualmente ao minicípio de Banabuiú, terras essas adquiridas através de uma data de Sesmaria (Terras públicas concedidas pelo Governo de Portugal, cuja instituição data de 1373), concessões adquiridas em 23 de Novembro de 1705; por conseguinte, repito, foi o primeiro a estabelecer-se aqui em nossas terras com sua mulher Ponciana de Sousa Barbalho, filha do Alferes Gaspar de Sousa Barbalho e de Leonor de Montes, neta do Capitão João de Barros de Montes, de quem herdou grande parte do Sítio Banabuiú, núcleo de um dos maiores latifúndios do Ceará de outrora, agregando-se a este várias propriedades adquiridas por Pascoal, entre elas o Sítio Muxió, comprado ao sesmeiro Cap. Luiz Gomes da Silva. Em 1715 nasceu Emerenciana, filha do casal posseiro, a qual foi batizada pelo frade Beneditino – Frei Luís dos Anjos, em Russas (Registro no livro n°1, fls. 73, da freguesia de Russas, (80). Foram padrinhos o Sargento-mor Luiz Gomes da Silva e Leonor de Montes, avós de Emerenciana. Emerenciana de Souza Barbalho, casou-se com Matias Pereira Castelo Branco um pouco antes de 1734, vez que neste ano, no dia 24 de Fevereiro, na Capela de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Sitiá, foi batizado Manoel, filho de Matias e Emerenciana. Todos os filhos do casal nasceram em Juazeiro de Cima, mas tiveram habitação diversificada; especificamente na serra de Baturité. O sobrenome Castelo Branco é originário do casal Matias Pereira Castelo Branco e Emerenciana, cujos filhos como disse, tiveram habitação diversificada, e especificamente a família de Pascoal Correa Vieira e de Ponciana de Sousa Barbalho, estabeleceram-se nas terras onde mais tarde foi fundada Morada Nova.
Ainda sobre a família Castelo Branco, esta é intimamente ligada a Saraiva Leão , espalhada hoje por todo o Brasil, especialmente no Ceará, nos municípios de Morada Nova, Quixeramobim, Quixadá, Baturité e Redenção. Especialmente em Morada Nova, muito aumentou a descendência do Tenente Coronel Antônio, casado com Ana Batista da Costa Coelho; nasceram do casal, os filhos Lucas Saraiva Leão, Luiz Saraiva Leão, Francisco Bento Saraiva Leão e Galdino Elias Saraiva Leão, que viveram em Morada Nova de modo atuante, e o neto, Pe. Dr. Antônio Elias Saraiva Leão, que foi vigário em Quixeramobim, influente Dep. Provincial e advogado atuante.
A família Ferreira Nobre, é originária de Manoel Gonçalves Nobre, é originária de Manoel Gonçalves Nobre, casado com Mariana de Almeida Castelo Branco; esta, neta de Matias pereira Castelo Branco. Esse ramo da família, espalhou-se por vários municípios, com predominância em Morada Nova, particularmente no distrito de Juazeiro de Baixo. Do casal procede o Professor Manoel Ferreira Nobre, residente em Quixadá, a quem também se pode atribuir influência na criação da municipalidade moradanovense.
A família Rabelo vieira/Ferreira Nobre tem sua origem de Cosme Rabelo Vieira [um dos povoadores de Mombaça], deixou descendência por muitos municípios, inclusive em Morada Nova, visto que ficou com herança do sogro; e ditas heranças, as transmitiu aos seus filhos, entre eles Alferes José Rabelo Vieira que se casou com Francisca das Chagas Ferreira Nobre, filha de Manoel Gonçalves Ferreira Nobre e de Mariana Almeida Castelo Branco.
Ao analisarmos as pesquisas das obras históricas do mestre Geraldo Nobre, concluímos por entender que as famílias Correia, Rabelo, Brito, Machado, Girão e Nobre, tem o mesmo tronco, nos Montes de Barbalhos.
O instituto da sesmaria passou a vigir desde 1373, e aqui no Brasil, logo após o descobrimento, por ato de Dom Fernando – O Formoso. Os sesmeiros que se instalavam nas terras e la constituíam suas famílias, em regra, eram originários de outras capitanias, porque muito dificulta formarmos o esquema genealógico dos nossos antecessores mais distantes; assim, oriundos da capitania de Pernambuco, instalaram-se nas margens do Banabuiú, especificamente no Sítio de Bento Pereira, os fundadores de Morada Nova, o Alferes José de Fontes Pereira de Almeida e seu irmão, e o capitão Dionísio de Matos Fontes, que aqui em Morada Nova constituíram uma numerosa família da qual somos originários como esclarece o livro “DE ONDE VIM?”, do autor; porém relacionaremos alguns sesmeiros que em nosso município tiveram concessões: o sesmeiro – Cap. Antônio Veloso de Andrade – com uma concessão do Riacho do Desterro, com o nome também de Riacho do Livramento e outra da data direita do Riacho Bixopá ou Pocinhos.

Síntese da história de Morada Nova
Morada Nova teve seu início pela instalação de duas fazendas a margem esquerda do Rio Banabuiú pertencente aos irmãos ALFERES JOSÉ DE FONTES DE ALMEIDA E CAPITÃO DIONÍSIO MATOS DE FONTES, emanescentes das plagas pernambucanas, que aqui se instalaram e, sendo ambos de formação religiosa, solicitam permissão ao então bispo de Pernambuco, Dom João da Purificação Marques Perdigão, vez que a época [1831], o Ceará era província eclesiástica de Pernambuco. Tal licença ou permissão foi concedida através da Provisão Episcopal datada de 02 de Agosto de 1831.
Escolha do Local Para a Construção da Capela
Por uma colocação lógica, como o pedido de licença para a construção da capela, foi endereçado ao bispo de Pernambuco pelos dois irmãos, não entendemos ter havido sérias divergências as quanto a escolha do local, mas sim, escolhido de maneira democrática, através de uma consulta (plebiscito) aos habitantes  da região, ademais que admitia-se existir pleno entendimento entre os irmãos solicitantes. Assim, por maioria de votos foi escolhida a Fazenda Morada Nova, como local para a construção do oráculo, cujo padroeiro, indicado no pedido foi o DIVINO ESPITIRO SANTO, e vindo de Russas, o Pe. Joaquim de Paula Galvão, procedeu a benção solene do local da capela no dia 4 de Setembro de 1833.
Porque foi escolhido o Sítio Morada Nova para a Construção da Capela?
O sítio Morada Nova (Casa de José de Fontes) era um local construído para eventos. Entre muitos eventos, ocorreu o ato da assinatura da carta de liberdade que Antônio Barbosa de Brito, por intermédio do Pe. José Freire de Castro, datada do dia 29 de Dezembro de 1830, deu a um seu escravo mulato de 50 anos. O ato realizou-se com muita emoção perante muitas testemunhas, como o próprio Alferes José de Fontes, Manoel Felipe Borges e João Batista Pereira, todos residentes no sítio Morada Nova. Tais eventos oportunaram como é natural, a escolha para ali, ser a sede da Vila.
Em razão de um fato ocorrido na Vila de Aracati nos idos de 1802, do qual serviram de testemunhas Antônio Pinto de Barros, Manoel Rodrigues da Silva e outros residentes no sítio Bento Pereira, apontaram o sítio Bento Pereira como local aprazível para a construção de um futuro povoado.
Difícil mesmo seria dar a sequência histórica da formação da prole moradanovense, até chegar-se aos que efetivamente fundaram Morada Nova, os irmãos Alferes José de Fontes Pereira de Almeida e seu irmão Cap. Dionísio de Matos Fontes sem uma completa análise dos primeiros sesmeiros que aquir estabeleceram moradia.
Foi constituído um patrimônio para a Capela constante de 12,5 braças de terra para cada lado da capela, doadas pelo Alferes José de Fontes Pereira de Almeida e sua mulher Ana Teresa de Jesus Gondim, através de escritura datada de 1° de Janeiro de 1834 e registrada no dia 29 do mesmo mês, pelo escrivão de paz José Roberto de Fontes, em seu cartório na Vila de São Bernardo das Russas da Comarca de Aracati, bem assim, outra escritura de 200 braças de terra no sítio Bento Pereira, doadas pelo Alferes José de Fontes Pereira de Almeida e sua mulher; também doação do Capitão Dionísio de Matos Fontes e sua mulher D. Maria Francisca Gondim; José Felipe Santiago e sua mulher D. Francisca Xavier do Espírito Santo e outros.
Criação do Distrito de Morada Nova
Criado pela Câmara Municipal de Russas, de conformidade com o Código de Processo Criminal, distrito assistido pelos Juízes de Paz: Antônio Fidelis Barroso, Plácido Francisco de Assis Andrade, Dionísio de Matos Fontes e Francisco Bento Saraiva Leão, e como escrivão de Paz – José Roberto de Fontes, no período de 1833-1836.
Freguesia
A freguesia de Morada Nova foi criada pela Lei Provincial n° 1.561, de 09 de Outubro de 1873, instituída canonicamente por provisão de 17 de fevereiro de 1874 e inaugurada no dia 1° de Março do mesmo ano (1874), pelo Vigário Pe. Francisco Álvares Lima, em ato realizado na Capela do Divino Espírito Santo, esta, construída no ano de 1833, logo após a benção da pedra fundamental.


Tiago Oliveira

domingo, 15 de janeiro de 2012

Municípios limítrofes

 Norte: Ocara e Beberibe;
 Leste: Russas, Limoeiro do Norte e São João do Jaguaribe;
 Sul: Alto Santo, Jaguaribara e Jaguaretama;
 Oeste: Banabuiú, Quixadá, Ibicuitinga e Ibaretama.

Distância até a Capital: 168 km
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Sobre Morada Nova



Etimologia
Sua denominação original era Aldeamento de Nossa Senhora das Montanhas, depois Vila do Espírito Santo de Morada Nova e desde 1925 Morada Nova.

 História

Suas origens remontam ao século XVIII, quando nas proximidades do rio Banabuiú estabeleceram-se os colonizadores Alferes José de Fontes Pereira de Almeida e seu irmão Capitão Dionísio de Matos Fontes. Em torno dessa fazenda, denominada por seus proprietários de Morada Nova, formar-se-ia a povoação da qual teria origem ao Município. Evolução Política: A elevação do povoado à categoria de Distrito provém da Lei Provincial nº 1.719, de 2 de agosto de 1876, com a denominação de Espírito Santo, condicionando sua instalação à doação, pelos moradores, da casa na qual deveria funcionar a Câmara Municipal. Satisfeita essa exigência, instalou-se o Poder Municipal, tendo como data 17 de janeiro de 1877 e sendo eleitos os seguintes membros: 1) Presidente: Manuel Antônio Ferreira Nobre; 2) Vereador: Eduardo Henrique Girão; 3) Vereador: José Mateus Regino de Oliveira; 4) Vereador: José Carneiro de Sousa; 5) Vereador: José Crisóstomo de Sousa; 6) Vereador: José Raimundo Evangelista; 7) Vereador: Antônio Elias Saraiva de Brito; 8) Secretário: Antônio Jorge de Oliveira Façanha; 9) Procurador: Joaquim Victor Carneiro; 10) Fiscal: Raimundo José Cavalcante; 11) Suplente de Juiz: Manoel Antônio Ferreira Nobre; 12) Suplente de Juiz: Conrado Balbino da Silva Girão; 13) Suplente de Juiz: Plácido Francisco de Assis Andrade. Além do projeto do qual resultaria a elevação do povoado à categoria de Vila, houvera tentativa similar, de autoria do Legislativo Provincial, mas propondo a denominação de São Crisólogo, o que não merecera aprovação graças aos protestos do Deputado Joaquim Pauleta Bastos de Oliveira, e inclusão, de sua autoria, do nome Espírito Santo (29/06/1876). A elevação do Distrito à categoria de Município, com a denominação de Morada Nova, provém da Lei Estadual nº 2.336, de 3 de novembro de 1925, tendo sido instalado a 6 de janeiro de 1926. Igreja: As primeiras manifestações de apoio eclesial têm como precedente requerimento formulado pelos fazendeiros Alferes José de Fontes Pereira de Almeida e seu irmão Capitão Dionísio de Matos Fontes, requerimento esse endereçado a D. João da Purificação Marques Perdigão, Bispo de Pernambuco, solicitando permissão para edificação de uma capela no reduto, e a ter como padroeiro o Divino Espírito Santo. Concedida a autorização, dever-se-iam iniciar os respectivos trabalhos, porém, à vista de desentendimento por parte dos requerentes irmãos, quanto à localização do templo, prolongaram-se as querelas. Convocados, então, os demais habitantes do reduto, no sentido de opinar a respeito, apresentou-se como vencedor o local preferido pelo Alferes José de Fontes e constante de 25 braças em quadro, conforme escritura datada de 1º de janeiro de 1834, além de Segunda doação, constante de 300 braças, que seria feita pelo Capitão Dionísio de Fontes, cujo registro manteria a data de 29 de dezembro do mesmo ano.

Geografia

Clima

Tropical quente semiárido em todo o território com pluviometria média de 713 mm com chuvas concentradas de janeiro à abril.

Hidrografia e recursos hídricos

As principais fontes de água são o rio Banabuiú, os riachos Seco, Santa Rosa, Córrego do Corcunda, Aroeiras, Curral Velho, Barbada, do Palhano, Carnaúba, a lagoa da Felipa, os açudes das Flores, Curral Velho, Cipoada e ex-pirangi.

Relevo e solos

As principais elevações são: Serrote Pedra Branca, do Cumbe, do Olho d'Água, Calado e das Três Irmãs.

Vegetação

Composta por caatinga arbustiva aberta e floresta caducifólia espinhosa.

Subdivisão

O município tem oito distritos: Morada Nova (sede), São João do Aruaru, Boa Água, Juazeiro de Baixo, Lagoa Grande, Pedras, Roldão e Uiraponga.

Economia

A economia de Morada Nova é baseada na agricultura de milho, banana, caju,algodão, mandioca, feijão, abacaxi e flores. A pecuária de bovinos, suínos e aves. Também foram registradas ocorrências de mica branca e ametista no seu território. Em localizazam-se mais de 45 indústrias.

Cultura

O principal evento cultural é festa do padroeiro: Divino Espírito Santo (21/05).
O principal evento cultural do Munício é a Festa do Vaqueiro, realizada pela Associação dos Vaqueiros em seus mais de 65 anos de existência.

Política

A administração municipal localiza-se na sede, Morada Nova.


Tiago Oliveira